O tema desta semana é: -Ecos na rua. Dar palavra ao que se ouvia a bom som.

Frases destas eram proferidas em plenos pulmões pelas mães de todos os da minha geração, quando nós, crianças irresponsáveis, ficávamos na rua ainda a jogar à bola. Então, as mães de cada um, vinham às janelas e varandas de suas casas, enchiam o peito de ar e berravam os nossos nomes. Tudo servia de pretexto para chamar as "crias" de volta ao lar, o problema residia na peixeirada gratuita e no xavascal de meia noite.
Já não bastava não podermos ficar na rua a dar mais uns toques na bola, como era impensável pedir mais um bocado ou combater a ira dos "progenitores".

Outra frase, "repetida ao expoente da loucura" (já dizia o Victor Espadinha), mas desta vez dita por nós, era a famosa "REBENTA A BOLHAAAAA".
Esta frase era para todos, a mais importante de todas! Uma lei marcial. A verdade absoluta. A regra de ouro.
Não havia jogo das escondidas que não fosse proferida.
O pedido de interrupção obrigatório sempre que se justificava.
Esses gritos perderam-se no tempo. Hoje já não se rebenta com nada, e as mães poupam na garganta.
Agora a geração mais nova raramente brinca na rua.
Outros tempos.
João
2 comentários:
Os putos já não brincam na rua e quando estão fora de casa já não há "progenitores" a gritar por eles a plenos pulmões, porque os meninos de hoje em dia já têm telemovel. Que recordações vão ter os putos de hoje para mais tarde poderem contar aos filhos?
O meu pai assobiava!
ó kico, agora os putos dizem:
"olha, o meu velho mandou-me um kolmi! tenho de ir jantar!"
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