segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Crónica verde-alface.

Decidi dar inicio a mais uma rubrica semanal. Desta feita serão aqui apontados recordações, memórias e/ou acontecimentos do dia-a-dia.

O tema desta semana é: -Ecos na rua. Dar palavra ao que se ouvia a bom som.

"JOÃO ANDA PARA CAAASAAAAA"..."SÉRGIO ANDA JANTAAAAR"..."RUIIIIII"...
Frases destas eram proferidas em plenos pulmões pelas mães de todos os da minha geração, quando nós, crianças irresponsáveis, ficávamos na rua ainda a jogar à bola. Então, as mães de cada um, vinham às janelas e varandas de suas casas, enchiam o peito de ar e berravam os nossos nomes. Tudo servia de pretexto para chamar as "crias" de volta ao lar, o problema residia na peixeirada gratuita e no xavascal de meia noite.
Já não bastava não podermos ficar na rua a dar mais uns toques na bola, como era impensável pedir mais um bocado ou combater a ira dos "progenitores".

Outra frase, "repetida ao expoente da loucura" (já dizia o Victor Espadinha), mas desta vez dita por nós, era a famosa "REBENTA A BOLHAAAAA".
Esta frase era para todos, a mais importante de todas! Uma lei marcial. A verdade absoluta. A regra de ouro.
Não havia jogo das escondidas que não fosse proferida.
O pedido de interrupção obrigatório sempre que se justificava.

Esses gritos perderam-se no tempo. Hoje já não se rebenta com nada, e as mães poupam na garganta.
Agora a geração mais nova raramente brinca na rua.
Outros tempos.
João

2 comentários:

Anônimo disse...

Os putos já não brincam na rua e quando estão fora de casa já não há "progenitores" a gritar por eles a plenos pulmões, porque os meninos de hoje em dia já têm telemovel. Que recordações vão ter os putos de hoje para mais tarde poderem contar aos filhos?

Nuno disse...

O meu pai assobiava!
ó kico, agora os putos dizem:
"olha, o meu velho mandou-me um kolmi! tenho de ir jantar!"